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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Que Hóquei temos, que Hóquei queremos?



O “HOQUEI REGIONAL”, vai iniciar um ciclo de entrevistas com os responsáveis técnicos/directivos da maioria dos Clubes que estão inseridos no Regional que abarca Leiria, Coimbra e Ribatejo.
Pretende-se com isto dar a conhecer um pouco daquilo que cada Clube faz assim como saber aquilo que cada um pensa sobre o Hóquei que se pratica na Região Centro.
Os pontos de vista sobre o Regional, a problemática da formação, os receios e as ambições que se querem para que o Hóquei possa novamente tomar um lugar que é seu por direito, são, entre outros, temas que irão aqui ser abordados, de forma algo superficial, mas de qualquer forma insicivos, por aqueles que vivem por dentro a modalidade.
O “HOQUEIREGIONAL”, espera que todos aqueles que o visitam possam apreender um pouco mais sobre a vida dos Clubes da Região Centro, e com isso possamos sair mais ricos em termos individuais e colectivos sobre este desporto que quase todos lutamos para que possa novamente imergir para um patamar mais de acordo com o seu passado.

O Blog “HOQUEI REGIONAL”, foi ao encontro do Prof. João Simões, natural da Benedita, mas foi em Turquel que se iniciou na modalidade desde muito cedo tendo percorrido todos os escalões do Clube até aos Séniores. Com 21 anos mudou-se para a retaguarda, como preparador físico e posteriormente como técnico da formação e por fim como o responsavél da equipa Sénior que exerceu até ao final da passada época.
Homem ligado quase umbilicalmente ao desporto uma vez que é Professor de Educação Física na Benedita e de Hóquei Patins no curso de treino desportivo da Escola Superior de Desporto de Rio Maior, acumula isso com a coordenação do Hóquei Juvenil do Turquel, assim como ainda tem tempo para orientar a equipa de Iniciados do Clube, que diga-se, tem já carimbado o passaporte para o Nacional da categoria.
É pois com ele que o HOQUEI REGIONAL inicia este projecto, a quem antes de mais agradece pela disponibilidade demonstrada desde o primeiro minuto.


HR- João, depois de alguns anos a orientar a equipa principal do Turquel, e acumulando a coordenação de todo o Hóquei do Clube, esta época dedicou-se só como responsável do Hoquei Juvenil do HCT. Quais os motivos desta decisão?

Ser Coordenador e treinador da equipa principal são funções extremamente exigentes e desgastantes para uma pessoa que não é profissional. Esta época, e após 3 anos e meio, senti que era a altura ideal para deixar a equipa sénior para poder ter mais disponibilidade, pois apesar de treinar os Iniciados, a carga emocional é totalmente diferente e permite-me acompanhar mais de perto os treinadores e, em termos familiares e particulares também me permite desfrutar de alguns momentos que neste momento são prioritários. É claro que o facto de termos garantido a equipa técnica actual fez com que essa decisão fosse ainda mais facilitada uma vez que sei que o Paulo e o Nelson acrescem mais qualidade à equipa e tudo farão para que os jogadores continuem a evoluir para que, num futuro próximo, possamos estar a competir entre os melhores.

 HR- O HCT embora milite na 2.ª Divisão Nacional, é reconhecidamente um dos emblemas mais mediáticos da modalidade em Portugal. Qual é o segredo?
Na minha opinião o segredo é o TRABALHO DE EQUIPA. Quem vem a Turquel sente que todos trabalham com o mesmo objectivo e motivação. Hoje a nossa realidade é trabalhar com as pessoas da terra e essa é a nossa motivação. Julgo que o sentido de pertença de todos (atletas, treinadores, directores, seccionistas, sócios e amigos) faz com que todos os que têm uma função, por mais pequena que seja, a façam com grande motivação e satisfação e julgo que esse é o nosso segredo. O Mediatismo não é mais do que o reconhecimento exterior daquilo que fazemos com base nesta forma de estar, cada clube tem a sua cultura e acho que esta é a nossa…

HR- O trabalho desenvolvido nas camadas jovens, é um dos mais fortes a nível Regional, para não dizer Nacional. Em qualquer dos escalões, batem-se para o título. Isto deve-se à capacidade mobilizadora do Clube para atrair os jovens, ou também pelo trabalho desenvolvido pelo corpo técnico?

Sabemos que cada vez mais é difícil atrair as crianças pois as ofertas são cada vez mais e diversificadas e isso faz com que os clubes tenham de oferecer um serviço de muita qualidade para que tenham sempre muitos atletas nos escalões de iniciação. Julgo que conquistámos uma imagem de seriedade, de valorização pessoal e desportiva e isso faz com que consigamos mobilizar muitas crianças e depois de eles aparecerem cabe a todos fazer com que não desistam e que vão evoluindo como pessoas e jogadores de forma a poderem pertencer à nossa equipa Sénior. É assim que tentamos olhar para todos os atletas do nosso clube. Não podemos esquecer a importância de directores, seccionistas, pais e colaboradores que voluntariamente contribuem diariamente para que as condições dos nossos atletas sejam cada vez melhores. No que diz respeito à componente desportiva, essa é claramente da responsabilidade dos treinadores e julgo que temos feito um trabalho onde todos têm uma perspectiva de longo prazo que nos tem permitido alcançar resultados bastante satisfatórios mas que queremos e trabalhamos sempre para melhorar, pois tal como os nossos atletas, também nós treinadores estamos sempre em formação.


HR- Com a alteração dos quadros competitivos nas camadas jovens, houve necessidade de envolver as 3 Associações para a realização dos Campeonatos. Que ilações se podem tirar desta “parceria” inter associativa?
Julgo que foi um passo muito positivo para os clubes da nossa região pois permite-nos ter mais e melhor competição a nível regional o que faz com que todos possamos evoluir mais e assim diminuir as diferenças que ainda sentimos quando defrontamos equipas de associações muito competitivas.
Na minha opinião esta alteração peca por tardia mas num futuro próximo vai permitir que todos retiremos dividendos dela.

HR- Como Coordenador do HCT, como vê o trabalho dos Clubes na região centro?
Os clubes são hoje aquilo que trabalharam ontem e encontramos alguns clubes onde erros do passado fazem hoje com que não tenham muitos atletas e equipas. Na minha opinião, ter todos os escalões deve ser um objectivo central de todos os clubes. Infelizmente é com tristeza que constato que alguns clubes na nossa região não conseguem garantir essa sequência de escalões, o que cria instabilidade e inviabiliza uma política de longo prazo o que, na minha opinião, faz com que os clubes apenas sobrevivam em vez de viver. Julgo até que a Associação e a Federação deveriam premiar os clubes que inscrevem equipas em todos os escalões como forma de incentivar e promover o desenvolvimento da modalidade.  

Na nossa região existem alguns clubes com muita tradição e os resultados desportivos da sua formação destes distingue-os por si só. Julgo que esses são os mais organizados e competentes no trabalho que desenvolvem diariamente. Pontualmente aparece um ou outro escalão num ou outro clube mas como não existe uma base forte acaba por não ter a continuidade desejada. Estou certo que os clubes que mais investirem na base da formação e na sua continuidade serão aqueles que melhores resultados terão no futuro.

HR –Existe algum constrangimento em falar das “competições” mais jovens (Escolares e Benjamins). Deve ou não existir já nestes escalões alguma forma de competição? O facto de haver a obrigatoriedade de estarem dois GR na equipa faz que alguns Clubes prescidam de inscrever esses escalões por não conseguirem preencher esse requisito. Gostaria que desse uma opinião pessoal acerca destas questões.
Na minha opinião a competição é o alimento do desporto e tem um papel fulcral na motivação das crianças para a prática desportiva.
Quando ouvimos falar de “campeonite” e dos problemas para as crianças que daí advêm, isso em nada se deve aos modelos competitivos mas sim à forma como as pessoas adultas participam neles; aliás, todas as regras que são criadas nestes escalões não seriam necessárias se os clubes e treinadores tivessem uma visão pedagógica e de longo prazo da função que ocupam na formação de homens e jogadores.
Como treinador de bambis, benjamins ou escolares não me vejo a ir para um jogo e não utilizar todos os atletas ou a deixar um gr menos desenvolvido em casa para não sofrer golos, etc... por isso acho que as regras só são necessárias porque os adultos desvirtualizam a potencialidade de cada jogo.
Em Turquel também temos falta de gr e o que fazemos é equipar rotativamente jogadores de campo para podermos inscrever o maior n.º de equipas possível para que todos possam jogar. Atenção que não estou a criticar quem faça de outra maneira pois, quem sou eu para dar lições de moral ou meter-me no trabalho dos outros clubes? Sempre soube respeitar a opinião dos outros mas esta é a minha.
Julgo que o jogo deve ser o mais formal possível, aliás ainda não consigo perceber como não temos árbitros nestes escalões. Será que eles não têm uma função pedagógica fundamental? Não acho justo que a inscrição de um escolar custe o mesmo dinheiro na associação de Leiria ou Lisboa e nós cá não tenhamos direito a árbitros enquanto que outras Associações o consigam garantir aos seus atletas. Na minha opinião os nossos atletas aprendiam e evoluíam mais com a figura do arbitro real dentro da pista.
Julgo que os quadros competitivos devem evoluir no sentido de acabarmos com resultados muito desnivelados, que são desmotivantes e pouco produtivos em termos da evolução de ambas as equipas. Talvez a formação de séries por nível competitivo possa ser uma solução. 

HR – Para terminar, coloco este espaço para, se assim o entender, deixar uma mensagem a todos aqueles que acompanham o HP, e em particular o Hóquei Juvenil.
Aproveito para desejar saúde a todos os amantes do hóquei em patins, pois enquanto a tivermos iremos continuar a tentar cada um no seu cantinho e na sua função a desenvolver a nossa modalidade. Contrariamente aos anunciadores da desgraça que dizem que o Hóquei está a morrer julgo que a modalidade está a construir um presente mais forte e que, se não nos desviarmos dos nossos objectivos, o futuro será cada vez mais risonho. Prova dessa vitalidade são sites como estes que no passado eram inexistentes e que agora permitem com que vamos sabendo o que se vai passando no panorama nacional.
Termino com uma palavra de apreço para o site Hoquei Regional que desempenha um papel fulcral na nossa região e que colmata uma lacuna de informação há muito existente. Parabéns e desejos de longa vitalidade.

3 comentários:

Anónimo disse...

como arbitro,gostaria de salientar a qualidade deste sr em todos os aspectos,e no que nos diz respeito a nos arbitros de louvar, de seguir o exemplo um abraço, um ar bitro mas nao de leiria

Anónimo disse...

Muitos Parabéns!

Um fora de série, quer como treinador, quer como coordenador.

Anónimo disse...

turquelnaopara.blogspot.com